Metodologia para atingir expectativas

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Set-Up: O Pit-Stop para as empresas

O set-up nada mais é do que a troca rápida de ferramentas em função do tempo. Tempo esse contado à partir da interrupção de um trabalho que está sendo executado até o momento em que um novo trabalho possa ser iniciado já após a troca de ferramentas.Em outras palavras pode ser considerado como um Pit-Stop, onde o tempo pode gerar atraso no trabalho se o mesmo se estender acima do tempo previsto. 



 

O Set-Up surgiu no Japão na década de 1950 onde Shingeo Shingo foi a primeira pessoa a pensar nesse conceito de melhoria. Shingeo conseguiu enxergar a melhoria na produção onde a linha primeiramente parava de produzir e logo após todas as ferramentas eram substituídas por outras específicas para outro tipo de produção e logo após essa troca se iniciava então uma nova produção na indústria. Mas nisso se perdia tempo, e tempo é um custo para a empresa, custo esse que não era notado pois ocorria normalmente. Toda vez que uma linha de produção parava de produzir os responsáveis inciavam separação de ferramentas necessárias para ajustes das máquinas as quais deveriam voltar a produzir em seguida. Foi então que o conceito de Shingeo entrou em ação, pois a melhoria proposta para a empresa é de que essa preparação de ferramentas acontecesse antes da linha finalizar totalmente sua produção e que essa troca pudesse ser realizada máquina por máquina, uma a uma, conforme o produto anterior era finalizado, e quando cada máquina era ajustada para nova produção a mesma já iniciasse em seguida sem perder o ritmo, ou seja, quando o último produto estivesse praticamente pronto no fim da linha, o novo produto já deveria estar sendo produzido logo em seguida. A idéia inovadora foi aderida na Mazda que decolou sua produção. A empresa possuía prensas que eram os “gargalos” da produção, pois o restante da linha de produção ficava aguardando enquanto a prensa trabalhava. Desde então surgiu o conceito de set-up interno e set-up externo.



O set-up externo é aquele onde todas ferramentas e materiais que serão utilizados são separados de forma organizada e ordenada enquanto a linha de produção ainda está trabalhando.




O set-up interno é aquele onde as ferramentas são aplicadas diretamente, ou seja, quando a linha de produção começa a esvaziar-se encerrando seus últimos produtos trabalhados e as máquinas são ajustadas uma a uma conforme seus postos se finalizam, em outras palavras, finalizam um produto para iniciar um novo. A diferença do set-up externo é bem visível ao interno, já que o externo não impacta diretamente na parada e interrupção da linha de produção, pois é realizado enquanto ela está em funcionamento, já o externo é o responsável pelo grande impacto das interrupções de linha, isso porque quando uma máquina está em ajuste, ela não está produzindo e se ela não está produzindo, é um equipamento que está parado e não está gerando lucro. Isso era o ponto principal em que as empresas tinham que sair na frente de outra.

Em 1957 a empresa Mitsubishi também aderiu ao set-up que também ajudou a alavancar sua produção de forma mais organizada e rápida, a plaina que era utilizada na usinagem de motores não trabalhava em sua capacidade plena atrasando o restante do trabalho que se dependia dela, então algumas tarefas e modificações poderiam ser realizadas na produção durante o funcionamento da plaina havendo a necessidade de transformar set-up interno em externo. 

Alguns anos a frente, por volta de 1969, a Toyota já analisava a redução do tempo nas trocas de ferramentas na mesma época que a concorrente Wolkswagen teria importado o conceito que acabou obtendo eficiência em seus processos. A Toyota que já pensava em melhoria contínua percebeu a necessidade de reduzir seu tempo na troca de ferramentas que eram de 4 horas, conforme estudado e analisado o método, a gerência exigiu que o tempo fosse reduzido pela metade, esse tempo acabou caindo para 90 minutos e após 3 meses de muito trabalho foi possível realizar trocas de ferramentas em menos de 10 minutos devido ao seu planejamento e organização.

O set-up pode e deve ser considerado como uma ferramenta de melhoria contínua, já que podemos aplicar o set-up na própria redução de set-up podendo assim traçar novas metas e objetivos a serem alcançados.
O set-up pode também ser um grande desperdício para as empresas se não feito com organização e planejamento, pois trata-se de um momento perdido, uma margem de tempo que não gera lucro, porque a produção fica parada, por isso se pensa muito em redução do tempo de set-up.


O set-up é aplicado também a outras particularidades de áreas muito distintas, porém com mesma efetividade. Exemplo: “trocas de cenário e fantasias numa peça de teatro”, “trocas de instrumentos cirúrgicos durante uma delicada operação médica” e até mesmo “trocas de peças e abastecimento de carros durante uma prova de corrida”.

Tudo depende da organização, separação, ordenação, limpeza, padronização e a disciplina para manter tudo isso e garantir um bom desempenho sem perder a qualidade do trabalho.

"Para alcançarmos algo, devemos primeiramente colocá-lo como nossa meta, não há conquista sem ter o que conquistar, não podemos atirar uma flecha sem termos um alvo, imponha sempre um alvo a sua frente por mais pequeno que seja, por mais difícil que seja de acertá-lo, se conquistado, ele deverá ser cada vez menor, pois um alvo grande significa muitas coisas ainda a serem acertadas."

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